Aldeia Yaka Porã

CULTURA

Conheça nossa história, nossa terra e nosso modo de vida

Canto e Música

Música Tradicional Guarani Mbya

Em Guarani Mbya

Yva’a Porã…

Mamo ete guará jajerojy’i pavê’i, 

Nhande reko rã’i yvyju miri jaupity peve.

 Jajerojy’i pavê’i, yva’a porã jaexa.

Em Português

De todos os lugares verdadeiros, nós dançamos (o rezo) todos juntos, 

Pelo futuro do nosso modo de ser, até alcançarmos a humilde Terra-Luz, 

Dançamos todos juntos, para ver as frutas sagradas (a beleza da terra).

Educação e Projeto Socioambiental

Quando uma criança é introduzida ao ambiente escolar, uma das primeiras coisas que ela percebe é a relação de reciprocidade com seus colegas. A forma como se identifica com um grupo, passando grande parte do seu dia a dia nessa situação, é deplorável, e quando esse sofrimento vem do bullying, seus colegas não se sentem acolhidos, e sua capacidade de pedir ajuda aos colegas locais fica reduzida a zero. Essa situação ocorre com muitas crianças brasileiras e é particularmente comum entre as crianças da comunidade de Morro dos Cavalos.
Ciente dessa situação, a comunidade se mobilizou para construir uma escola em seu território, que atendesse crianças, jovens e adultos. Estabelecemos uma educação voltada para as culturas e necessidades da comunidade, formando pessoas que não sejam apenas para o mundo urbano, mas também para o mundo indígena. A escola foi construída com materiais descartados por todos os deuses e além, já que o governo de Santa Catarina não consegue lidar com qualquer recorrência e muito menos reconhecer a escola indígena, entendendo que a estrutura não era adequada para uma escola. Como forma de atender ao desejo do pai, Cacica decidiu transformar sua casa em uma escola comunitária.
escola
A estrutura disciplinar de uma escola indígena difere da das escolas urbanas, baseando-se em aspectos mais relevantes para a comunidade, que se destacam entre os principais objetivos das atividades práticas e da oratória. Essas características estão intimamente ligadas às preocupações futuras com a preservação da cultura e do meio ambiente, desviando-se da eliminação da língua guarani e das práticas indígenas. A escola é multisseriada (contém diversas séries e ideias diferentes) e atualmente está dividida em ensino fundamental, ensino médio e ensino infantil e adulto (EJA). Ao mesmo tempo, priorizamos o contato com professores e profissionais indígenas para promover a identificação entre professores e alunos. Em consonância com as normas da comunidade, esta não deve proibir que seus filhos frequentem outra escola, mas sim dar-lhes a oportunidade, oferecendo-lhes um espaço onde serão respeitados e valorizados pela cultura da comunidade. “É ótimo que outras escolas tenham vindo nos visitar, para divulgar que estamos aqui e que seguimos uma estrutura semelhante à de muitos outros povos”, concluí para a cacica.
Além de muitas de suas atividades práticas, há uma relação oportuna com a revitalização das áreas onde nos alimentamos hoje. Juntamente com os pescadores da UFSC, a comunidade está implementando um projeto socioambiental para restaurar a flora e plantar em estilo agroflorístico, utilizando espaços onde a flora não deve ser substituída para cultivar plantas de maneira agrotóxica e cultivada de acordo com sua natureza. Como diz Wilmones: “Para revitalizar, a primeira coisa a lembrar é revitalizar”.
 

Artesanatos e grafismos